sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

The Fallen - 1 fail

Cena 1 - Intro


Mais um trabalho, aquela noite era como todas as outras, eu me sentia um predador buscando pela sua presa, nós três éramos assim, se alguém nos desse o dinheiro, não decepcionaríamos nosso contratante. A chuva era fraca e refrescante, assim como a brisa noturna estranhamente fresca, porém o ar quente de verão fazia-me suar.

 Correndo atrás da vítima por um beco naquela cidade imunda, as poças de água explodiam assim que eu pisava nelas, meu sobretudo voava ao vento e enquanto eu corria, retirei minhas pistolas do coldre debaixo dele, uma Walther P99 e uma SIG P226. Eu já podia ver a vítima correndo na minha frente, de vez em quando olhando para trás com aqueles olhos esbugalhados e aquela expressão de horror, seus batimentos cardíacos acelerados podiam ser ouvidos por mim, de tão assustado que aquele jovem estava.

- Mano! Vamos encurralá-lo no fim do beco, esteja preparado! Não deixe esse bastardo fugir!

 No fone em meu ouvido, a voz da garota que eu costumo chamar de irmã era como um alívio, o beco era estreito, porém longo e o seu fim deveria ser em breve. Aquele GAZ 13 Chaika, um carro russo e antigo, fechou o caminho no final, Diogo como motorista e Jo no banco ao lado, já apontando seu revólver Ruger Blackhawk pela janela ao rapaz que corria em sua direção.

 É quando eu sinto uma sensação estranha, de medo. O miserável tira uma pistola de suas mãos e atira contra o carro, eu apenas ouço os palavrões que Jo grita e do disparo de seu revólver, o projétil passa praticamente ao meu lado. Eu páro de correr. Era uma situação urgente, mas não havia outra opção se eu quisesse derrubá-lo, milagrosamente as balas não atingiam os dois, porque o bastardo corria enquanto atirava, além de ser burro é ruim no gatilho.

 Aponto a P226 para ele, a mira segue quase que automaticamente e então eu disparo. Não se deve ter pressa ao disparar uma arma, não importa a situação. Eu ouço o grito e o som do corpo caindo no concreto molhado, assim que saiu do carro, ela agachou-se ao lado do garoto baleado e encostou o cano esfumaçante de seu revólver em seu rosto, fazendo-o gritar ainda mais.

- Eu acho que já é o suficiente, mana.

- Esse cretino merece mais do que um tiro na perna. E eu não tive a chance de atirar nele. - Ela disse, fazendo a cara de uma criança implorando ao seu pai um presente de aniversário.

- Não atirei na perna. - Respondi.

 Jo com um chute, vira o corpo do garoto até ele ficar de costas, e então ela começa a gargalhar. Eu não pude deixar de soltar um sorriso, não devido a situação, mas por causa dela. Jo, a garota que era como uma irmã para mim, desde o que ocorreu há mais de dez anos atrás, ela e meu companheiro, Diogo, somos uma única família. Diogo chega também sorrindo olhando para o jovem que chorava no chão, mas não nos importávamos com nossas presas.

- Um tiro na bunda... Acho que você antecipou um pouco a tortura. - Comentou ele, abraçando meu ombro e dando-me um tapa nas costas, eu então guardei minhas pistolas novamente no coldre.

--

 Meia hora depois já estamos no nosso hotel. Eu caminho pelo corredor de quartos de um lugar cheirando a suor de garotas, pólvora, tripas e sêmen. Era o local mais barra pesada da cidade e eu não me orgulhava de fazer parte dela, afinal ganhávamos a vida com nossos trabalhos, pelo menos éramos reconhecidos por toda a região. Também éramos temidos, éramos conhecidos como Os Caídos. Não tenho idéia do motivo, eu não gostava muito do chamativo, mas se nos temessem e nos dessem grana, eu não me importava.

Assim que estamos em nosso quarto, Diogo pendura o bastardo de ponta cabeça no teto e fica ao lado dele como um pescador que acaba de pescar o maior peixe de sua vida. Jo não se importa, sentada na cama e de pernas cruzadas enquanto limpa o cano de seu revólver. A música que toca no aparelho de som barato que veio junto do quarto toca uma música boa, Blue Jean Blues.

 G





























Nenhum comentário:

Postar um comentário